Admirar a escrita é meditar sobre ela!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

"Amor"

Queria tanto…ter-te agora aqui a meu lado e dizer-te apenas com o olhar, o quanto és especial para mim! Sim, só com o olhar, porque as palavras poderiam escassear de tanto que as tenho guardado no baú das memórias.
Passo horas a contar os minutos na tua ausência, horas a recordar o teu sorriso, aquele, que deixava uma onda de placidez no ar, que não sei como descrever.
- Entendes agora porque digo que só com os olhos falaria?
- Deixava que o tempo divulgasse e dele se escutassem as palavras escritas ou lidas, as que eu não sei proferir.
-Deixava que os nossos dedos, em afectuosos apertos gritassem, “amo-te loucamente”
-Deixava os nossos deleitosos abraços sussurrassem, “quero-te p´ra sempre”
-Deixava que o anoitecer nos cansasse, na contemplação de nós, por nós! Adormecíamos depois na exaustão, do silêncio, onde tudo, tudo foi dito!
 O nosso amanhecer, ah... O nosso amanhecer… Seria como outrora! Amávamo-nos, simplesmente amávamo-nos, numa entrega imperturbável, num encantamento que se confundia, com hinos de anjos no Advento.
Dois corpos pegados, completa fusão, como se de metal fossemos feitos e nos lançassem a um forno de elevadas temperaturas, de onde surgia um só, ornado a prata e bronze, impresso a ouro, onde se lia a palavra “AMOR!”
-Éramos gargantilha abraçados, embebidos, amados, até que a noite, ou o dia, quisessem acontecer de novo!
Queria ter-te agora aqui! Não estás! Mas, sinto-te tão perto, que alcanço sentir o calor dos teus lábios a palmilhar o meu corpo todo, em bafejados beijos, em apertados desejos, em purpurinos desvairamentos…em fragrância de satisfação, que não se dissipam em calendários de Ano Novo.
Nem se apagam na memória de”todo!”...
-Queria ter-te em mim! …E dizer-te: “faz-me morrer de novo, p´ra voltar a nascer e contigo, fazer da vida uma festa de deleite!”

*Lotus*

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