Admirar a escrita é meditar sobre ela!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Ontem e Hoje


Digo-te hoje, porque o amanhã é imperfeito e pode esquecer-se de acontecer.
Digo-te hoje, porque amanhã a força que corre nas veias deste lápis, pode congelar de saudade, no frio que se sente em viver, em planaltos de ausência, tocando as nuvens sem entender que se tocou, por viver na ilusão, na fusão entre o dor e a saudade, que teima em ser tomada, por qualquer ocasião.
O tempo é presente, mas nele guarda imagens do passado, que com elas incondicionalmente, fazemos a nossa história de sempre.
E assim inevitavelmente serás lembrado, em tempos, em sorrisos, em lágrimas, em cadernos riscados, em poemas estrangulados, no engolir de sufoco, no salivar que nos engasga, o que se engole sem nada mastigar.

Quantas vezes mergulhas em ti sem saber onde emergir?
Quantas vezes amarras o lençol na ânsia de te prenderes?
Quantas vezes abraças outros braços e é a mim quem tu abraças?! Tantas, que se prendem ao limbo, em imagens que teimas em apagar, apagar a tua própria existência, esquecendo que sem ti não podes estar.
É sem ti, que existes meu amor!
Porque em mim, és instante, és urgência, és certeza!

Sou o sangue que te corre nas veias, a epiderme que se arrepia, quando teimas em ser forte e não admites a saudade. Sou o teu acordar, o teu adormecer, onde o teu corpo em silêncio, pede o meu, na ausência do teu. Sou o embrulho, enlaçado em abraços que ainda queres adivinhar. Sou fantasma presente que te prende e solta de ti.
Sou quem te reza, sou quem te preza, sou o teu princípio e o teu fim!

Não me interrogo, se vale a pena ter-te assim, consolo-me ser longitude, sinto-te em cada momento, em cada membro que movo, em cada passo que percorro, em cada boca que toco é a tua boca que beijo. Sinto-te como se estivesses preso ao meu punho, em algemas de ilusão, sem conflito, em explosão, em amarrados gritos de paixão!
 É inacreditável, aprendi a viver com metade de mim e sinto-me completa assim!
 Se o amanhã acordar, estarei aqui! Se o amanhã não chegar, hoje, prescreveste-te assim!

*Lotus*

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